Dieese: café dispara e encarece cesta básica em Belém, que tem maior alta do país
O levantamento aponta que, em maio, o custo da alimentação básica para uma família de quatro pessoas foi de R$ 2.179,14, o equivalente a 1,43 salários mínimos.

O custo da cesta básica em Belém registrou alta de 9,09% entre janeiro e maio de 2025, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA). A variação, no acumulado do ano, representa a maior elevação entre as 17 capitais brasileiras pesquisadas.
Em maio, o preço médio da cesta básica em Belém foi de R$ 726,38, valor 0,02% superior ao registrado em abril. Apesar do crescimento modesto no mês, o custo comprometeu 51,73% do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.518,00. Considerando uma jornada mensal padrão de 220 horas, o trabalhador precisou dedicar cerca de 105 horas e 16 minutos para adquirir os 12 itens essenciais.
Produtos com as maiores altas
Entre os produtos que influenciaram o aumento em maio estão o café (alta de 3,44%), o leite (2,31%) e o pão francês (2,09%). Por outro lado, houve queda nos preços do óleo de soja (-7,80%), arroz (-3,91%) e tomate (-3,11%).
O levantamento indica que, para uma família composta por dois adultos e duas crianças, o custo com alimentação básica em maio chegou a R$ 2.179,14, o que equivale a 1,43 salários mínimos. No acumulado do ano, os itens com maiores altas foram o café (50,74%), o tomate (41,99%) e o pão (8,50%), enquanto arroz (-13,18%), óleo de soja (-9,14%) e feijão (-8,69%) registraram redução nos preços.
No confronto entre abril e maio, o café foi o produto com maior alta, subindo de R$ 72,89 para R$ 75,40 o quilo (3,44%). O litro do leite ou a custar R$ 8,40, aumento de 2,31%, e o pão francês subiu 2,09%, para R$ 17,11 o quilo. Outros produtos com reajustes foram a carne bovina (1,36%, R$ 42,46), a banana (0,57%, R$ 10,66 a dúzia) e a manteiga (0,29%, R$ 65,39 o quilo).
Na comparação anual, entre maio de 2024 e maio de 2025, a cesta básica acumulou alta de 5,12%, com destaque para o café, que subiu 93,04%. Também tiveram aumentos significativos o óleo de soja (24,29%), a carne bovina (15,54%) e o pão francês (8,84%). Em contrapartida, feijão (-21,66%) e arroz (-15,59%) apresentaram quedas expressivas.
Variação de preços – Maio/25
- Café (3,44%)
- Leite (2,31%)
- Pão (2,09%)
- Carne bovina (1,36%)
- Banana (0,57%)
- Manteiga (0,29%)
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Belém no ranking nacional
De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, Belém ocupa a 12ª posição no ranking das capitais com o custo mais elevado da cesta básica. São Paulo lidera a lista, com cesta custando R$ 896,15, enquanto Aracaju registra o menor preço, R$ 579,54.
Embora o aumento em Belém tenha sido discreto no último mês, a capital foi uma das poucas que registraram alta entre abril e maio, junto com Florianópolis. Em 15 das 17 capitais pesquisadas, houve redução no custo da cesta básica nesse período. No acumulado do ano, Belém apresentou a segunda maior variação de alta, atrás apenas de São Paulo.
Considerando o custo da cesta mais cara, em São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para cobrir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas — incluindo alimentação, moradia, saúde, educação e transporte — deveria ser de R$ 7.528,26, valor quase cinco vezes superior ao salário mínimo oficial vigente em maio de 2025.
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
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