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Miniaturas em alta: O que a psicologia diz sobre a tendência de mini objetos?

Vídeos de objetos em miniatura chamam a atenção por uma combinação de fatores psicológicos, sensoriais e culturais. Psicologia explica os fatores atrás disso

Gabrielle Borges
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Nos últimos meses, uma tendência completamente irresistível tem conquistado as redes sociais: vídeos de objetos em miniatura. Casas completas com móveis minúsculos, alimentos perfeitamente esculpidos do tamanho de uma moeda, utensílios de cozinha que cabem na palma da mão e até mini animais.

Esses vídeos têm acumulado milhões de visualizações em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube, mas afinal, por que esse tipo de conteúdo exerce tanto fascínio? Para sanar esse questionamento, OLiberal.com conversou com uma psicóloga clínica para falar mais sobre o assunto. Confira a seguir:

O encanto dos minis

A obsessão com miniaturas está longe de ser apenas uma moda ageira. As miniaturas representam versões reduzidas e organizadas do mundo real. Isso transmite uma sensação de controle e previsibilidade, algo que o cérebro humano naturalmente busca, especialmente em tempos de estresse ou caos externo.

image Miniaturas são tendência em diversas plataformas de vídeos (Youtube)

Além disso, a estética das miniaturas está frequentemente ligada à ideia de “fofura”, um conceito que ativa áreas do cérebro associadas à empatia, ao cuidado e atenção. Conforme afirma Adrielly Carvalho, psicóloga clínica. 

"Os objetos em miniatura ativam o nosso sistema atencional por muitos motivos. Um dos principais é a violação da expectativa. Nosso cérebro está constantemente tentando prever o ambiente ao nosso redor. E quando a gente vê alguma coisa familiar em tamanho reduzido, existe um desvio nesse padrão e vai despertar uma tensão imediata. E, além disso, também existe o fator da novidade, da singularidade. Esses elementos naturalmente vão ativar áreas do nosso cérebro que estão associados à curiosidade e ao prazer, como o próprio sistema dopaminérgico, por exemplo", diz.

Para além da atenção, esses tipos de conteúdo também funcionam como reforçadores positivos de comportamentos. "Um estímulo que aumenta a probabilidade de algum outro comportamento, de se repetir outro comportamento, como por exemplo assistir mais vídeos do mesmo tipo, e que dependendo de como isso vai ser estimulado, pode ser bom ou pode não ser bom", complementa.

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Prazer estético e conforto

O cérebro humano tem um apreço natural por detalhes muito bem executados. Quando esses detalhes aparecem em miniatura, com acabamento e realismo impressionantes, isso provoca iração e surpresa e gera um prazer estético.

Muitos vídeos mostram não só os objetos, mas também como eles são feitos ou como funcionam, o que é altamente recompensador para o cérebro, que gosta de acompanhar início, meio e fim, o que pode provocar efeitos semelhantes aos de práticas de relaxamento, como meditação guiada e ajudam a reduzir os níveis de estresse e ansiedade, gerando uma espécie de "alívio e conforto" para quem assiste. 

Veja o vídeo:

É o que aponta a psicóloga clínica, Adrielly Carvalho. "O conceito de prazer estético na psicologia é associado à ideia de fluência perceptiva, ou seja, quanto mais fácil é pro cérebro processar um estímulo, mais prazeroso ele é percebido. Então miniaturas são muito simétricas, são bem acabadas, coloridas, de uma forma mais harmoniosa, geralmente. E essa fluência visual vai reduzir a carga cognitiva e vai proporcionar. Um alívio emocional quase que imediato na hora que a gente está assistindo. Então, por isso que existe aquela sensação de conforto, de prazer, quando a gente está assistindo esses vídeos", explica. 

Relação com a infância

Outro fator relevante é a carga de nostalgia.  As miniaturas frequentemente são remetidas à infância, aos brinquedos e ao brincar simbólico. Isso desperta memórias afetivas, um senso de segurança emocional e cria um laço emocional com o conteúdo, mesmo que inconsciente.

image Objetos em miniatura comumente remetem à infância e despertam nostalgia (Pinterest)

 

"É um período da nossa vida que foi marcado por muita exploração, brincadeira, por uma percepção do mundo que era muito mais lúdica, mais simbólica, até mesmo mágica, em algumas situações. E a nostalgia, nesse contexto, pode funcionar como um mecanismo de enfrentamento emocional. E também vale destacar que quando a gente vê uma miniatura, o nosso cérebro associa inconscientemente a objetos, brincadeiras que marcaram a nossa infância. E essa ativação tem um papel muito importante na manutenção do humor positivo", diz. 

Na vida adulta, ver ou manipular miniaturas pode reativar memórias afetivas desses primeiros aprendizados, resgatando sentimentos de curiosidade, aconchego e segurança.

Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Mirelly Pires, editora web de OLiberal.com.

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