Boxe chinês: arte marcial mistura golpes plásticos e equilíbrio entre o corpo e a mente Paraenses destacam características da modalidade e projetam crescimento do esporte do estado Aila Beatriz Inete 01.06.25 8h00 A mistura de golpes plásticos, arremessos, socos, chutes e o trabalho com o corpo e a mente pode caracterizar o Sanda. Conhecida como boxe chinês, a modalidade tem muita tradição na cultura oriental e é pouco difundida no Ocidente. No entanto, aos poucos, a arte marcial começa a ganhar espaço no Pará. Esse movimento tem sido impulsionado pelos mestres Luiz Guerreiro e Samuel Paiva, que recentemente foram graduados pela Federação Brasileira de Wushu Sanda e se tornaram os principais representantes do esporte no estado. Além de ter sido graduado como mestre, Luiz Guerreiro também foi empossado como delegado da organização no Pará. Ele destacou que a modalidade tem grande potencial de desenvolvimento na região e revelou que há um movimento para que o esporte se torne olímpico. "É uma modalidade de luta muito completa, que surgiu do Kung Fu. Envolve soco, chute, joelho, cotovelo, queda, projeções e arremessos. A partir de 1990, o boxe chinês foi regulamentado como esporte. Para entrar nos Jogos Olímpicos, a China precisou retirar o uso de joelhos e cotovelos. É uma modalidade que consideramos antiga, mas pouco divulgada. Nosso objetivo hoje é trabalhar na divulgação aqui e no cenário nacional", destacou o mestre Guerreiro. VEJA MAIS Paixão pelo karatê transforma paraense no principal representante do estilo Shito-Ryu no Pará Raphael Macedo se dedicou a aprender sobre a arte marcial e tem formado novos atletas Dia Mundial da Capoeira: veja como a arte marcial afro-brasileira auxilia no emagrecimento saudável A prática incluem chutes, esquivas, giros e saltos, queimando até 750 calorias por hora e trabalhando diversos grupos musculares Características do Sanda O Sanda pode ser confundido com o kickboxing e até com o Muay Thai, já que mescla técnicas dessas duas modalidades. Em alguns locais, é chamado de kickboxing chinês, mas se diferencia por permitir quedas, projeções e arremessos dos atletas. Segundo Guerreiro, as lutas são disputadas em até três rounds, mas, caso um lutador consiga arremessar o adversário para fora do leitai — plataforma de luta — por quatro vezes, o combate é encerrado. Movimentos de queda são comuns no Sanda (Ivan Duarte / O Liberal) "Normalmente, todas as modalidades têm três rounds. No Sanda, não. Você luta o primeiro, venceu; luta o segundo, venceu; não precisa lutar o terceiro. Mesmo com a possibilidade de um nocaute, o combate termina", explicou o mestre. Com competições realizadas em todo o mundo, no Brasil o esporte é regulamentado pela Federação Brasileira de Wushu Sanda e pela Confederação Brasileira de Wushu Kuoshu (CBWK), que é ligada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e também a instituições internacionais. A organização será responsável pelo Campeonato Mundial de Wushu, que vai reunir várias modalidades das artes marciais chinesas, incluindo o boxe chinês, em Brasília, de 31 de agosto a 7 de setembro. Esta é a primeira vez que o Brasil vai sediar o circuito mundial. Infelizmente, o Pará não terá representantes na disputa, mas Guerreiro espera que, com o evento, o estado forme atletas capazes de competir em alto nível nos próximos anos. "O fato de o mundial estar acontecendo aqui é justamente para fomentar a modalidade no país. Você está trazendo atletas de todos os países para disputar essa competição. Vamos aproveitar esse momento para que também possamos desenvolver a prática no Pará, de forma que, no prazo de um ano, tenhamos atletas nossos no circuito nacional, representando nossas cores", destacou o mestre Guerreiro. Professores acreditam no crescimento da modalidade (Ivan Duarte / O Liberal) Corpo e mente em harmonia Samuel Paiva, hoje professor de Sanda, também é atleta. Ele começou a lutar aos 11 anos para aprender a se defender e descobriu um universo de possibilidades com as artes marciais, tornando-se lutador e abrindo a própria academia. "A gente encontra outro mundo, e a estimulação começa a direcionar você para outro caminho — de autossuperação, de reflexão interna sobre suas qualidades. Ensina humildade, disciplina, respeito. A arte marcial me abriu várias portas. Inclusive, aprendi outras modalidades", contou Samuel, que também disputou competições de MMA. Grande adepto do Kung Fu, Samuel não teve dificuldades em desenvolver-se no boxe chinês e, em 2012, conquistou o Mundial com a Seleção Brasileira. Hoje, em sua academia, dedica-se a treinar outros entusiastas e formar novos atletas, utilizando técnicas de combate e fundamentos espirituais da filosofia chinesa. "A arte marcial é muito embasada na filosofia budista ou em alguma religião asiática, aliada à atividade física. A união dessa teoria com o conhecimento técnico é poderosa. No entanto, ela tem perdido sua essência, já que sua capacidade de transformar vidas vai além do físico. O lado terapêutico e mental da arte marcial vem se perdendo. Nós tentamos manter isso com os alunos, sem deixar de lado essa parte essencial, que é a conexão entre corpo e mente", concluiu. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes mais esportes artes marciais mma boxe chinês COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Mais Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM MAIS ESPORTES MMA SPORT CLUB Michael Chandler explica enigma de data ‘escolhida’ para encarar McGregor no UFC 03.06.25 12h26 FUTEBOL Crianças e jovens do Pará disputam competição de Ginástica Artística no Uruguai; vídeo Vinte ginastas do Pará irão disputar a Copa Olímpia Internacional de Ginastica 02.06.25 19h53 Não deu! Paraense Rayanne dos Santos trava batalha contra romena, mas perde luta no UFC Apesar do revés, paraense conseguiu o prêmio de 50 mil dólares pela performance 02.06.25 9h07 Mais esportes Boxe chinês: arte marcial mistura golpes plásticos e equilíbrio entre o corpo e a mente Paraenses destacam características da modalidade e projetam crescimento do esporte do estado 01.06.25 8h00 MAIS LIDAS EM ESPORTES CRISE SEM FIM Executivo do Paysandu cita dificuldade de contratação e número baixo de atletas no elenco Carlos Frontini falou da crise que o Paysandu vive, citou novas contratações e afirmou dificuldade em ter elenco suficiente para jogar 03.06.25 20h19 CONFIANTE Marcos Braz chega ao Remo e diz estar preparado para trabalhar sob pressão Na apresentação, Marcos Braz afirmou que chega ao Remo para agregar com experiência e exercer funções sob pressão 03.06.25 18h41 FUTEBOL Atrás de novo técnico, Paysandu abre conversas com alguns nomes e Claudinei Oliveira entra no radar Técnico Claudinei Oliveira é um dos nomes que entra no radar do clube para o restante da Série B 03.06.25 19h26 ALERTA Após derrota para o CRB, chance de o do Remo cai mais da metade na Série B Já na outra ponta da tabela, o Paysandu segue em situação crítica, com grande chance de ser rebaixado 03.06.25 22h32